19 de jun. de 2008
LAMBUZADO DE TRÈS JOLIE
LAMBUZADO DE TRÈS JOLIE
Très jolie, penso nesta palavra como brinquedo de letras, sinto a boca palpitar purpuramente. Très jolie, é o vestidinho da missa, onde o vento bate assanhado na calcinha bordada da lingerie. Amo as letras que se auto-escrevem... com licença hoje não tem sangue, diga-me: posso ser feliz por um dia? As cruzes dormem na escuridão enquanto a palavra espreme minha mão. Como cão cansado, estico a língua.. desculpe heinn..... hoje não to sombrio, e sabe de uma coisa? Eu me permito....
Tava lendo Artaud e pensei - o Vale iria delirar com um texto assim:
“......renego o batismo e a missa. Não existe ato humano no plano erótico interno que seja mais pernicioso que a descida do pretenso jesus-cristo nos altares. Ninguém me acredita e posso ver o público dando de ombros mas esse tal cristo é aquele que diante do percevejo deus aceitou viver sem corpo quando uma multidão descendo da cruz à qual deus pensou tê-los pregado há muito tempo, se rebelava e armada com ferros, sangue, fogo e ossos..... (Artaud)”
A questão é que Artaud está morto, nem fede mais... e eu amores, to lambuzado de très jolie...
Thiers R >
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18 de jun. de 2008
nhac!
8 de jun. de 2008
LE SUPLICE EST SUR
Le suplice est sur
Thiers R >
Na boca roxa do punhal
le suplice est sur (“O suplício é lento”)
treino meu francês
nesta hora inerte
quem sabe o companheiro Rimbaud
socorra rota palavra
que tenta dar forma à meus sentimentos?
madrugada de mijo...
entre os lençóis da cama
foi só o que
restou de ti
afundei-me no entardecer
dum romance acabado
louco, tenso, vertiginoso,
pueril, fragilizado e aflito
os vermes comeram a base arenosa
do que chamamos amor
nada sobrou a não ser o desmonte
estes são pensamentos
que escorrem o corpo
sim, carrego o filete sangrento
da sensatez
enfim ao descolar da pele
consumida pelo amor que te ofertei
concluo um nunca mais
e bebo o sal das lágrimas
onde mergulho
a dor infinda
2008>>
Thiers R >
Na boca roxa do punhal
le suplice est sur (“O suplício é lento”)
treino meu francês
nesta hora inerte
quem sabe o companheiro Rimbaud
socorra rota palavra
que tenta dar forma à meus sentimentos?
madrugada de mijo...
entre os lençóis da cama
foi só o que
restou de ti
afundei-me no entardecer
dum romance acabado
louco, tenso, vertiginoso,
pueril, fragilizado e aflito
os vermes comeram a base arenosa
do que chamamos amor
nada sobrou a não ser o desmonte
estes são pensamentos
que escorrem o corpo
sim, carrego o filete sangrento
da sensatez
enfim ao descolar da pele
consumida pelo amor que te ofertei
concluo um nunca mais
e bebo o sal das lágrimas
onde mergulho
a dor infinda
2008>>
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