28 de mar. de 2008

diálogo com A. Rimbaud sobre noites de inferno


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diálogo com A. Rimbaud
a respeito das noites de inferno.
Thiers R>



Enquanto dormes o sono dos malditos
repenso noites de inferno onde fatal e afrodisíaco perfume
jaz a procura do copo.
vidro impuro permanece na paisagem como filme de terror
conteúdo vasculhante de entranhas
espreme-se no sangue.
queimo palavras e diariamente a bebê-las
mordo-me.
violento-me por ruas agourentas
perguntando
onde aporta o barco ateado a velas de fogo,
encontrará seu rumo?
A sede intensa gasta verbos em francês, inglês e português,
línguas desconexas não explicam letras gastas
orgasmos de meus pensamentos.
Expulsas demônios, amigo? Eu os chamo.
chamo demônios que afagam-me a nuca chupada por beijos.
Moro na condenação eterna
convencido de que o descanso é desumano,
os hinos gritam dentro de meu corpo,
posso ouvi-los.
Drasticamente penso: Não quero ser salvo,
quem será o salvador?
Hoje depois de comidos tempos,
descubro véus de agonia
tapo-lhe a boca e vomito.
A paz dorme no silêncio do vácuo.
levanto a taça, bebo mais um gole e esterilizo,
desafio o papel impresso
xerox de repetidos manuscritos,
feitos em série e descolados da impressora.
Voltamos ao convívio amigo, achei-te na internet
por isso, nosso diálogo foi possível.


Out/2007>>

Um prazer pro-fético



Um prazer pro-fético
Thiers R> & Ivy Menon


teu cheiro simulava sonhos
a perfumar meus pensamentos
teus dedos me apalpavam
tua boca sussurrava loucas letras
teus pés me esfregavam
era a loucura acontecendo
no fundo da chuva
a abrir segredos
de desejos...
lá fora o odor do mijo noturno
subia paredes
os gatos no cio gemiam
a orgia daquele puteiro não arrefecia
o calor intenso da cantiga
que de nossos corpos pulsava

tuas regras implacáveis
(previsíveis) não me detinham
não me domavam
cavalgávamos
em sangue e sêmen
juntos, pecamos um lençol
assustado
no branco algodão
palavras violentavam
rasgavam véus
partiam hímens
criavam hiatos

mas foram necessárias
tanto quanto o sangue e o sêmen
para tivéssemos
esse prazer poético
que deita-se
seduzindo a cabeceira


>> 2008 <<

26 de mar. de 2008

> Comeste de minha verve<




Comeste de minha verve
Thiers R >


E então partes?
re partido
re patriado
Foda...é foda!
Vampira de meus desejos
foste gastar notas
esquecidas no quarto
comeste minha verve
engoliste junto ao sêmen
filete da ignorância infame
que povoa gritos in-sucessos
que suporta destreza
im pensante
Estou na mais pura e excitante frustração
Arranquei a roupa e
semi nu busco-a
vadia,
hoje te necessito
volta pro macho
estou macabro
manuseias e somes
vadia!
mordi a auréola dos bicos
e perdi-me
Falus-meu
onde toco dedos in decentes ?
onde acaricio veludo singular?
jugo-lar
jugular assassina
fiquei incandescente
depois da noite promissora e obscena
feri-me in disciplinado
Preciso do gole in puro
dessa boca que me arrebenta

Julho2007>


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DELINQUENTE CANÇÃO



DELINQUENTE CANÇÃO
Thiers R>


Não, não posso rimar
enquadrar
formatar
meu sangue escorre
fermentado
não, não saberia
impor conceitos
vivo a placenta fértil
e como animal devoro
teu sangue é minha vida
assim mordo-a
num carinhoso beijo
colado a boca
apenas desejo
sem medida
lanço-me
ao papel amassado da vida
em tua nuca cato estrelas
fina penugem me seduz
não tente compreender-me
apenas afague com sofreguidão
sou teu
neste minuto sem tempo
sou teu
neste quarto perfumado
nesta musica
corrente sanguínea
compõe delinqüente canção

>>

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15 de mar. de 2008

ABRE LOS OJOS




Abre Los Ojos
Thiers R>


por onde andam
os cachos da menina?
olhar inquisidor
escreve sutilezas
pensamento estrábico e
imperfeito a criticar
Por onde anda
a voz mansa
atravessada na ponta do lençol?
menina de pensamentos
in corretos
abre los ojos..


>

13 de mar. de 2008

NOTURNO IN CHOPIN



NOTURNO IN CHOPIN
Thiers R > & Raiblue



Na produção de histórias
escarro cores imperfeitas
visito infernos
mordo passos na rua
atravesso cravado
a estrela singular que te adorna
musa
sorri sem jeito
tenso alivio pensamentos
o poema joga-se no travesseiro
a comer luas de Vênus
cadente
o silêncio
sussurra luxúrias

desejos castanhos
de meu eu escapam no
encontro de deuses
e demônios

em teus olhos
afundo os meus
luz da imagem
que comigo se deita
derrama-se o verso
corpo a corpo
na batalha do sêmen
sentes meus dentes
em teus seios?
des concentro
hormônios nas entrelinhas
mancharei o poema
com gozo
mistura
de línguas
a colorir céus de Chopin

> 2008 <



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9 de mar. de 2008

NOITE ESPECÍFICA


NOITE ESPECÍFICA
Thiers R>


Peluda
a noite prometia
quando meus olhos
cerraram nuvens macias
de azul inespecífico
( o que não se explica é sempre agradável..)
Fechei comportas desmaiando sons
no silêncio devastador
Eu, a cama, o silêncio e meus segredos
adormecemos lendo
a Midsummer Night's Dream
cadenciando a trama
Shakespeare pensava –> Divino!
- Esses meninos de 2008
encantam-me!
Sonhava sem algemas
quando a dor da existência algoz
se fez presente
murro no peito
batalha na guerra
o tiro quebrando vidraça
desmancha o cristal
assusta o poeta
perfura o livro
as páginas de amor
mergulham na poça sangrenta
acordo
em pranto
o cotidiano chegou.



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- FLASH DE UMA NOITE IRASCÍVEL -


FLASH DE UMA NOITE IRASCÍVEL
Thiers R >


Ofusca-me os olhos
vagabunda
por que te abres assim?
vaginalmente incendeias o poeta
Flash! Fecha-te.
guarda a rosa esta noite
ensaboa.
derrama perfume de jasmim.
deixa que te veja ao amanhecer
embriaga o poeta na sua hora fálica.
Flash, o que pensas?
os poetas
são anjos disfarçados demoniacamente
em noites de trovoadas
deixa que a chuva cesse
com asas comerei teu céu.


Madrugada quente-> 08/03/2008
"A Max da Fonseca"
"De poeta para poeta!"


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2 de mar. de 2008

> Rosas Assistidas <



Rosas assistidas
Thiers R>


Dormi rosas assistidas no
devedê
sonhei.
vinham sorrindo
públicas cores de paixão
vinham a meus pés
macias pétalas em
perfume da noite
atravessada na garganta
quase a engasgar
entregava-me
(quando a paixão solicita, penetro-a assim)
dei-me em ¼ de hora
enroscando a boca na tua saliva
mordendo a ponta delicadamente
naquele quarto despi-me.
rodava a fita ainda zonza
quando acordei
ouvi o barulho e sem saber
exatamente se era o canto dos pássaros
ou o perfume das rosas
feri-me nos espinhos.


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