28 de mar. de 2008
Um prazer pro-fético
Um prazer pro-fético
Thiers R> & Ivy Menon
teu cheiro simulava sonhos
a perfumar meus pensamentos
teus dedos me apalpavam
tua boca sussurrava loucas letras
teus pés me esfregavam
era a loucura acontecendo
no fundo da chuva
a abrir segredos
de desejos...
lá fora o odor do mijo noturno
subia paredes
os gatos no cio gemiam
a orgia daquele puteiro não arrefecia
o calor intenso da cantiga
que de nossos corpos pulsava
tuas regras implacáveis
(previsíveis) não me detinham
não me domavam
cavalgávamos
em sangue e sêmen
juntos, pecamos um lençol
assustado
no branco algodão
palavras violentavam
rasgavam véus
partiam hímens
criavam hiatos
mas foram necessárias
tanto quanto o sangue e o sêmen
para tivéssemos
esse prazer poético
que deita-se
seduzindo a cabeceira
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