29 de jun. de 2009

ENTRE VERSOS, VERBOS E VERMES


ENTRE VERSOS, VERBOS E VERMES
Thiers R > & Max da Fonseca
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Na faca abro caminho
corto a mata
eles gritam
mata!
de cima abaixo vem o corte
qua
se - ver tical
di-vi-di-do
lembro-me de Dylan
sim, o Thomas:
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"...para os amantes seus braços
que enlaçam as dores do século..."
.
Com voz rouca grito
- fui consumido por vermes -
poderosos vermes do asfalto
desfaleço e procuro lembrar
do último carnaval
éramos amantes
conjugamos mil verbos
usamos todos os infinitos
por isso choro
oceanos de dor
.
' na débil lembrança das marchas '
que vontade de partir
já não me encontro aqui
não me reconheço em corte algum
quantos versos hão de vir?
maldita inércia subversiva!
caio em cacos, me viro,
me mato e ressuscito
com a velha fotografia
de um desconhecido
lembro do tempo onde o sorriso
era permitido
lembro de tempos...
todos idos
já se foram
estou só.
.
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