Un coeur sucré
Thiers R >
Desce lentamente
o jantar de teus dedos
analisando
onde é possível cortar
despetalando
única e tenra flor
surgida de nossos encontros
a lua sangra
um vermelho-terror
a porta se auto crucifica
eu e meu garfo
rompemos a carne maltratada
eu e meus sonhos
nos esfregamos na sarjeta
porque tu, vadia
roubaste minha decência
roubaste o que havia de puro
no coeur sucré
que te ofertei
quando se abriram
as comportas das
chuvas torrenciais
estava livre para doar
o melhor de moi
estava livre pra étreindre fleurs
que hoje murcharam
na porta fúnebre
que em mim reside.
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6 comentários:
Não farei uma crítica, pois, neste caso, sugeriria que grifasse as palavras estrangeiras tão somente, evitando sua tradução entre parênteses, uma vez que isto quebra o ritmo da leitura que na sua poesia é muito interessante, além de travar a interpretação livre e seqüencial, oferecida pela carga semântica rica de seu trabalho lingüístico. E como vou fazer somente um comentário, direi que ao ler você, meu amigo, leio um poeta, na acepção inicial da palavra, como, aliás, costuma usá-las. E este primitivismo, somado aos jogos de imagens e ao ritmo bem peculiar de seus poemas, transformam a leitura em prazer. Beleza de poema ... beleza de poeta.
Mauro Veras
Cá estou Thiers para comentar o polêmico doce coração, ou talvez, dadas as circuntâncias o renegado coração rs Bom, você sabe que dos seus trabalhos poéticos qeu já li essa poesia não é das minhas prediletas e você mesmo reconhece que não é o que já fez de melhor, contudo, é um bom escrito. Nada extraordinário, nada arrebatador, mas é bom. Acho que o que acabou estragando mesmo esse poema e que acabou tornando ele meio pedante e artificial foi você usar a frase francesa e em seguida colocar a tradução. Então pra quem leu ficou algo forçado, como se você quisesse dizer: "olha pessoal como sou um rapazinho refinado, sei francês!" Veja que não foi o fato de você usar um termo estrangeiro, mas sim usar e colocar a porra da tradução simultânea em seguida. Ficaria muito mais natural que já colosse direto "Doce coração", não havia necessidade do termo francês, não contribuiu em nada para sua poesia, aliás, ceifou o que havia de delicado, de natural e que era o ponto forte dela.
abraço.
É um belo poema, Thiers. Gosto das leituras que ele permite, gosto da cadência de suas palavras com um toque surreal.
Beijo
Esse poema seu não é como eu costumo enxergar a maioria: como grãos cuspidos ao acaso, sem serem colocados em ordem.
Há um ritmo que cresce, decresce e conta.
Abraços,
Fabrício
PS.: estou com o blog feito.
Belo poema. Com tantos comentários completos, o que tenho eu mais a dizer? Felicidades e sucesso. Abraços
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