5 de abr. de 2010

VESTÍGIOS & PAIXÕES




VESTÍGIOS&PAIXÕES
Thiers R >



o chão do tempo

vestia esperas diluindo azuis

resquícios qu’inda tenho à mão

perfume de boca colada

cigarro azedo

noite a zunir

evaporando novembros

pintados no teu olhar

o vento balanç’a saia

nela me visto

meias cobertas de negro

aquecem u’ vapor frio

vermelhas unhas riscam meu corpo

enquanto me entrego

enfraquecido de sorrisos

no fetiche esquálido e soturno

daquele inferninho

mordi teu pescoço

queria beber-te

fui teu em cada gole

em cada baforada

em cada corte

em cada mordida

suor duma noite que se perdia

dentro do amanhã

sopro a desmanchar máscaras

desfeitas no mijo da privada.




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2 comentários:

Ivy Gomide disse...

Aparentemente a gente de cara fica com receio de escrever sobre este seu poema.
Eu fiquei sem saber se gostei ou não gostei. Juro!
É difícil dizer pq ele tem termos que me deixam indecisa e termos que me deixam extasiada.As esperas azuis são lindas, mas o mijo da privada dói... Que coisa estranha....
De qualquer forma, o poema mexeu comigo e se mexeu é porque gostei. Vc é um poeta que mexe comigo, este é o fato.
Cara, vc merece ser descoberto.
bjo meu poetinha

jjullinha disse...

Faço minha as palavras da Ivy
Mas como sei que vc é um poeta irreverente ao estilo Cazuza
não me surpreende
Um beijaooooooooo