8 de jun. de 2008

LE SUPLICE EST SUR



Le suplice est sur
Thiers R >


Na boca roxa do punhal
le suplice est sur (“O suplício é lento”)
treino meu francês
nesta hora inerte
quem sabe o companheiro Rimbaud
socorra rota palavra
que tenta dar forma à meus sentimentos?
madrugada de mijo...
entre os lençóis da cama
foi só o que
restou de ti
afundei-me no entardecer
dum romance acabado
louco, tenso, vertiginoso,
pueril, fragilizado e aflito
os vermes comeram a base arenosa
do que chamamos amor
nada sobrou a não ser o desmonte
estes são pensamentos
que escorrem o corpo
sim, carrego o filete sangrento
da sensatez
enfim ao descolar da pele
consumida pelo amor que te ofertei
concluo um nunca mais
e bebo o sal das lágrimas
onde mergulho
a dor infinda

2008>>
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Um comentário:

MPadilha disse...

Thiers tem um lado feminino aflorado nas letras...Dizem que todo homem tem seu lado feminino e que, dependendo de onde aflore, faz misérias com o coração de uma mulher! Vc faria misérias, em duplo sentido, se recitasse esse poema ao meu ouvido no quarto. Lindo!!! Sufocante! Apaixonante!