3 de jul. de 2010

PRAZER SEXO E CARNIÇA



PRAZER SEXO E CARNIÇA
Sob efeito de Baudelaire...
Thiers R >




Rugia o sol em meu rosto afagando com dedos arfantes
a manhã ainda tonta
deitados sob o luar bocejante (surreal sem dúvida!)
comentávamos o que acontecera
após a leitura de Baudelaire
por que a carniça teria mexido tão intimamente
ao ponto de vomitares leitoso lençol?
O cheiro abominável ardia em teu peito
eu o amaldiçoei por tê-lo trazido
para nossa cama
foi uma ação repugnante.

“... Zumbiam moscas sobre o ventre e em alvoroço, dali saiam negros bandos de larvas, a escorrer como um líquido grosso por entre esses trapos nefandos....”


Ah! Meu poeta
como conseguistes nos idos de 1800
transcrever passagens tão fantásticas?
genial!
o estômago frágil de Flávia
sucumbia às palavras; mas eu delirava
quanto mais lia, mais loucas ficaram
as travessuras na cama
eu assimilava a mistura dos prazeres
eu, o poeta e um corpo feminino em pleno transe
enquanto te lambia por inteiro
gemias, e no som de minha voz
Baudelaire dizia:

“... Dize à carne que se arruína, ao verme que te beija o rosto que preservei a forma e a substância divina...”

Gozei! gozei literária e fisicamente
eu era o verme que te beijava
acariciando tuas formas arredondadas
senti-me divino naquele instante
enquanto eu te gozava menina
teu estômago embrulhava
fazendo de nosso amor
uma porção erótica
de porra e vômito.



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2 comentários:

Elaine Cristina Carvalho Duarte disse...

Oi gato!! Passei aqui pra beber um pouco de poesia!
Bjs...

Nane

Állyssen disse...

Poema esplêndido!
Mexe com o estômago e os desejos mais recônditos que poucos se prezam em assumir!

Abraço!