22 de ago. de 2010
15 de ago. de 2010
ALGEMAS
ALGEMAS
Thiers R >
Agregam-se os sonhos trazidos na corrente
sou animal, bicho, saliva
na magnitude desta loucura que me atormenta
sou caça, carcaça
prazeres, sexo, loucura, devassidão
instrumento de tortura
Ferrara volta à minha cabeça..
bordados na renda do mar, castelos desmontam-se
para que servem se neste capítulo
sou apenas o vassalo, o ladrão?
pele estúpida que alimenta teu prazer
quando tuas vestes são de princesa
cabelos tingidos de vermelho, olhos, boca
e um perfume que entorpece
salivo sim, como não?
perco a razão, amaldiçoo todos os trajetos que me levaram a ti
Ferrara.. naquela praia o mar desenvolve a partitura
nem uma vírgula, nem um compasso
um resquício ou uma nota da sinfonia
que o mestre construiu
saístes do mar, a roupa colada ao corpo, a boca faminta
cheiravas à rosas vermelhas como teus cabelos
devoradora fome sensual
curvam ondas etéreas
pois fostes construída por minhas necessidades
amo-te sem precedentes
abri as portas
deixei que o vento entrasse e arrancasse
toda a vulnerabilidade deste encontro
août 2010>
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