Vim te olhar hoje estou cão vomitando pelos dedos pele putrefata cai a renda branca bela bordada fino traçado na mão que baila o chão é sangue tecno-cimento tecno-logia tecido esculpido manchado de tosse sangrenta
"Vim te olhar" e encontrei o que esperava: um poeta maduro e de expressividade lisa tanto quanto segura. No poema, as mesmas características marcantes da sua escritura, como agilidade expressiva, vocabulário requintado e propício à mensagem, jogo formal e semântico etc.
Imagens como a do "cão vomitando pelos dedos" são interessantes, pelo diálogo que travam entre a Filosofia e a Psicologia, e que são marcas também da sua literatura poética. As imagens sempre saltando, nem sempre caem como "a renda branca bela bordada", e aqui em particular pareceram mesmo o sangue-cimento que deve fomentar a compreensão do texto.
Outro jogo que acho interessante, e talvez seja o principal, é "tecno-cimento / tecno-logia". O paralelismo entre cimento e logia (como conhecimento) diz da mensagem tanto quanto a mensagem diz do paralelismo, que deve nortear a leitura do poema ... escrever na contemporaneidade talvez seja inundar o chão do poema com um sangue-cimento-tecnológico, e sobre ele erguer as construções e vivências atuais.
Agora, preciso trabalhar ... meus alunos me esperam! rs Voltarei aqui, com tempo, e farei os comentários que o seu trabalho merece. E como você diria "bacios!"
2 comentários:
"Vim te olhar" e encontrei o que esperava: um poeta maduro e de expressividade lisa tanto quanto segura. No poema, as mesmas características marcantes da sua escritura, como agilidade expressiva, vocabulário requintado e propício à mensagem, jogo formal e semântico etc.
Imagens como a do "cão
vomitando pelos dedos" são interessantes, pelo diálogo que travam entre a Filosofia e a Psicologia, e que são marcas também da sua literatura poética. As imagens sempre saltando, nem sempre caem como "a renda branca
bela bordada", e aqui em particular pareceram mesmo o sangue-cimento que deve fomentar a compreensão do texto.
Outro jogo que acho interessante, e talvez seja o principal, é "tecno-cimento / tecno-logia". O paralelismo entre cimento e logia (como conhecimento) diz da mensagem tanto quanto a mensagem diz do paralelismo, que deve nortear a leitura do poema ... escrever na contemporaneidade talvez seja inundar o chão do poema com um sangue-cimento-tecnológico, e sobre ele erguer as construções e vivências atuais.
Cada poema, cada prazer ...
Mauro Veras
Agora, preciso trabalhar ... meus alunos me esperam! rs Voltarei aqui, com tempo, e farei os comentários que o seu trabalho merece. E como você diria "bacios!"
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