5 de abr. de 2009

SONATA DAS ROSAS AMARELAS




SONATA DAS ROSAS AMARELAS
Thiers R>



Rói o vento



sob as pálpebras


sentado à mesa o copo ordena:


escreva


escreva até desmaiar


na mão grita o absinto:


aguarda


bebamos inverdades


brindemos a descamação


trêmulo, respondo:


- não! hoje as rosas são amarelas


levantaram a cabeça


embriagadas pelo perfume


exalado d’os dedos teus


esbarro n’o suor que pinga


cercado por silêncios


o pianista toca sonata inaudível


pergunto seu nome


-“.. Dang Thai Son


resisti à guerra, sou vietnamita..”


concluo:


desejos comandam a vida


mesmo que a fuligem engasgue


também posso tossir




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2 comentários:

Joe_Brazuca disse...


Este estado psicográfico dos poetas e seus sopros íntimos...
As rosas do espaço são tão amarelas quanto a cor de vietnamitas que superaram toda fuligem escrota de napalms assassinos...
E trans_formaram os sipós das matas do Iemen, em cordas de pianos de sonatas sobreviventes...

muito...muito belo, Poeta !...uma Ode à superação...

abs
Joe

Caio Tadeu de Moraes disse...

Ah, também quero presenciar um acústico ao vivo de Dang Thai Son; é só para V.I.P.? :/

Então vou carregar minha espingarda e caçar Kappas no rio cintilante, para colecionar tigelas cerebrais e desfazer a frustração.

- Não Caio, hoje as rosas são amarelas!

- Mas, eu queria tanto...

- HOJE AS ROSAS SÃO AMARELAS, P***!


Aaaaahhhhhhhhh!