2 de set. de 2016

ORA QUEM SOU...?

                                                       

ORA QUEM SOU...?
Thiers R>

sou o lixo que se veste de duque
distrai o povo
abstrai o tempo
inflama a garganta de poesia
cospe na palidez  dos sonhos
engasga no espinho da rosa
lateja como ferida 
e sorri  diante da insensatez
fossilizo-me na zona
página suja da vida
traço goles da calçada suja
sangro sacrilégios
incomodo  o brilho da lua
sem que o mundo perceba
o catarro  se esgarça
a chuva desova
dentro da lágrima que ocupei
  afinal: sou a tosse do que não desejas

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30 de ago. de 2016

SENTIDO TURBULÊNCIA






SENTIDO TURBULÊNCIA
Thiers R>


Diluí-se  o dia
na voz entorpecida das ruas
na  imensidão dos  porquês
sem motivo ou razão 
desobedeço

no canto  dos cisnes 
que brotam de  minha cabeça 
olhar semínima
como nota que  pousa avessa
penetra-me os poros
no  enlace do viés 
a noite se esgarça 
na imprudência do momento   
na viagem sideral 
desta espaçonave
estremeço ante a possibilidade
como luva
toco a boca
reajo ao instinto 
perdido por  entre letras
rompo fios eletrificados
na agulha que fere  meus dedos
vivo o imaginário
estremeço na turbulência  
e  avanço pedindo  mais


( In. Chovem as Luas de Paris – Ed Big Time/aôut-2015)

28 de ago. de 2016

A’DOR’MECE




Atrás dos olhos
dorme 
belo luar 
abraça  rosas
canta
canções   de ninar
atrás dos  olhos
esvai-se a noite
rouca e louca 
atrás de meus pensamentos 
o acaso acorda
morde  a morte 
sangra  os sonhos
paralisa
no tenso grito
de Janis
o  rito
sob  lençóis
soluça
abraço um corpo 
meu corpo
posição fetal
rude’mente’ 
desloca-se a sinfonia
acalma a alma
 relaxa o instante
a’dor’mece

          ( In “Chovem as Luas de Paris”. Ed. Big Time – Agosto 2015)