21 de dez. de 2008

VERSOS QUE PERTENCEM AO AR


VERSOS QUE PERTENCEM AO AR
Thiers R >



Astuto, corto
verbos da garganta
descubro faces
mil faces inaudíveis
enrolo desejos
semi cobertos
tumu lar mente
cobiço
dúvida permanente
penumbra in consistente
resíduo de conceitos
pré conceitos
vem
rompe a casca e defeca
vem
corta a corrente do mal
dormência inerte
sangra pulsos
vem
in conveniente
molhada
coberta de libido
em curto circuito
ligo todas as tomadas
abro torneiras
busco- te aberta como flor do mal
a fome esmurra
o lampejo traduz-se
no lábio mordido
na boca seca
sangrando momento in vulgar
‘ sob versos que pertencem ao ar ’


>>>

28 de nov. de 2008

UM CONTO SEM HOFFMANN


Um conto sem Hoffmann
Thiers R>



A fome enevoava resquícios
verbo acrílico sem parâmetro
seguindo rastros
e Hoffmann?
tempos passaram e não eram verbos
eram tempos de algum pretérito
raiva escondida na esquina
apunhalava
roubava-me pedaços
de pão
era contida como
paralelepípedo ensangüentado
chovia fino
e pensamentos dançavam...
enlouqueci?
debaixo do temporal
pensei nos cachos de mademoiselle
a permear nuca branca e saliente
Abri a boca, lambi
precisava arder em sangue
precisava
queimar-me na lama
desta aventura
leva me, leva-me...
easy rider.

2008>


>>>

27 de nov. de 2008

INCÓLUME



Incólume
Thiers R>


Paredes e ouvidos
supostamente ocos
gritam a dedos desvalidos
aquela noite
ardia vermelha taça
na boca de teus seios
o cigarro parado queimava
enquanto veias entumesciam
era o maldito desejo a dizer:
quero-te!
quero-te no lençol sangrento
da noite infernal
quero queimar sem cinzas
abocanhar tua voz
na renda desenhada
de teu pensamento
perfurando histórias in contadas
e extrovertidas
as gargalhadas
quero-te na presença
do cheiro forte que exalas
quero-te mordendo
até que possas saborear
cerejas desfazendo-se
em roucas letras
ainda por se formar
somente porque
esvaziaste e consumiste
o gole fatal
sem entender o porque
estou limpo
lavado e barbeado
a espera de que algo aconteça
>>>

16 de nov. de 2008

Pas Sos musicaiS du Rouen


Pas Sos musicais du Rouen
Thiers R >



dorme Rouen
nos dedos do rio sena
nos telhados da Normandia
nas mãos agrestes do sim
peco desejos
mordo lábios
sorrio
em papéis espalhados
páginas folheadas
di’vidros partidos
dança a bailarina
corta os pés
diluo-me
na porta da chuva
a salpicar paredes
apertada sapatilha
pensav’assim
ruas de Rouen
calam-se, calam-se...
adormecem olhos
a música invade sentidos
abraço teu corpo
rodopio paisagens amarelas
escapadas das tardes
loucas histórias di’ passos
atormentam
pousei-a no bolso
gir’a chave
brancus lençóis
guardam-se nas sinfonias
o amor não tem medidas
deslizo sex’ofegante
nu som
perturbador dos prazeres



>>>

15 de out. de 2008

FLORES SUADAS DO INSTANTE


Flores suadas do instante
Thiers R >


como música
senti tuas mãos
em agreste toque
a penetrar a alma do estômago
traduzindo sons
sem luvas
sem luas
sem chegadas
no corpo de meu olhar
instalou-se o sopro
desta noite louca
impura
e transgressora
fertilizada no perfume
que me arrastou
dizia: ‘-não posso,
não posso...’
mas os passos de gazela
mordiam –me
desintegrei liricamente
incendiei integralmente
letras de um desejo
que riscavam a rosa
quase espinhos
quase pálida
quase sonho
oscilava a madrugada insone
de nossas bocas em transe hipnótico
suei flores
abri portas
em lago
desestabilizei
couraças de medo
no teu corpo
mordi a boca louca
do sim


>>>

8 de out. de 2008

UN COUER SUCRÉ




Un coeur sucré
Thiers R >


Desce lentamente
o jantar de teus dedos
analisando
onde é possível cortar
despetalando
única e tenra flor
surgida de nossos encontros
a lua sangra
um vermelho-terror
a porta se auto crucifica
eu e meu garfo
rompemos a carne maltratada
eu e meus sonhos
nos esfregamos na sarjeta
porque tu, vadia
roubaste minha decência
roubaste o que havia de puro
no coeur sucré
que te ofertei
quando se abriram
as comportas das
chuvas torrenciais
estava livre para doar
o melhor de moi
estava livre pra étreindre fleurs
que hoje murcharam
na porta fúnebre
que em mim reside.


>>>>>

6 de out. de 2008

CANÇÕES E LOUCURAS TECLADAS



CANÇÕES E LOUCURAS TECLADAS
Thiers R >


Disse a Blake
aterrisa homem
na porta louca
entra, digita
vagueia e enfurece
aterrisa
cruel a letra canta
em brisa brame
coalhada nos braços teus
destila agonia na cúpula celeste
ouve o tilintar das estrelas cadentes
martela desesperado teclado
vem, compõe outra canção louca
Aqui não faz frio é calor que sinto
entre suores pinga letra infame
pedindo sempre mais
um dedo, um copo
um não sei quê de desespero
um suspiro em retaguarda
uma loucura desmembrada
uivo que da caverna alucina horrores
grita à testa em dedos formatados
deste XP agora ativado
descobre a tumba acordada
outra louca canção digitada
control C
control V
entre logins e passwords
>>>

29 de set. de 2008

TECNO - CIMENTO


Tecno-Cimento
Thiers R>



Vim te olhar
hoje estou cão
vomitando pelos dedos
pele putrefata
cai a renda branca
bela bordada
fino traçado
na mão que baila
o chão é sangue
tecno-cimento
tecno-logia
tecido esculpido
manchado
de tosse sangrenta


2007
>>

5 de ago. de 2008

TORMENTO E FUGACIDADE



Tormento e fugacidade
Thiers R > / Ivy Menon



Líquido bar de estrelas quentes
aspiro cores, cheiros...
a alça a escorregar
vem como canção espanhola
Zaragoza, Palma de Maiorca...
mordendo a boca
ela chega como castanhola
a renda a encaracolar
o olhar a ludibriar
atiça o olfato pega-me no ato.
rodopio em fogo de babado rubro
rasgo na faca a carne
sapateado, grito de olé
desafio que corta o ar
audácia amarga saliva
vício.
anjo que me deixa louco
fugaz tormento
dança luzes e cores
sedução de entrega, temores
bocas ávidas,
sussurros, conchas, coxas,
corpos suados
loucura no ar
deito areia
penetro estrelas
respingo gemidos
a cuspir letras luar.

>>>

26 de jul. de 2008

MEU CASO POÉTICO...




MEU CASO POÉTICO



Me pergunto eventualmente, juro eventualmente mesmo, porque normalmente eu não me pergunto, apenas faço. E faço bem feito. Internet é masculino ou feminino? Que dúvida atroz... Se ela ( a querida internet) é masculina estou perdido....serei gay? Por outro lado se for feminina sou um tarado...Que l o u c u r a!
To de caso, risos... paixão mesmo, uma paixão poética feita de letras, teclado, luas, luares e um inefável delírio.
Sim... eu deliro nas mansas noites de um inverno com prometidas. Afinal o delírio é meu e como já disse anteriormente: Eu me permito.
Ora se o delírio nasceu de meu cérebro desgovernado, se instalou-se ali entre duas têmporas formando lindas, saborosas e comíveis estrelas, concluímos que é meu.. sim, é meu.
Pois muito bem, certo dia comprei um desses aparelhos parecendo mala de executivo..risos...
Logo eu que ando de jeans rasgados, camisa amarrotada mostrando um peito( põe aí, nada de silicone falo de peito macho), que as mulheres querem apalpar.. hahaha!
Pois é girl eu comprei o treco pretinho, bonito e cheio de botões. Na minha fome intensa logo aprendi a me comunicar e comecei a escrever compulsivamente.
Jogo-me nas letras e se queres saber eu não penso muito porque ao pensar demais meus delírios se cotidianizam e perco todo o prazer poético.
Um prazer tem que ser degustado na pele como vinho em noites frias, no roçar de uma rosa, arranhando-se nos espinhos. Quando sangro, gozo.
O aparelhinho leva-me ao mundo; ao país da imaginação, ao transe. Se a aragem penetrar na alma, se o luar me olhar, se o cachorro uivar, juro leitor(a) eu me diluo no ar. Viro aragem, sou rosa, espinho e folhagens.
Quando torno-me folhagem, chego ao tudo do sim e concluo: os pensadores que não se entregaram aos sonhos, que só comeram espinhos que não arrancaram a pele, que apenas somaram misérias não conheceram o sabor pêssego–noite. Tenra noite de sarros, doces noites de orgias onde a palavra sonhada na boca internética faz-se vida.
Por isso digo: Eu tenho um caso poético, eu te achei aqui nesse transe maldito e te falo do quanto é gostoso penetrar tua alma; abraçar Baudelaire, sussurrar Rimbaud, sofrer Maiakovski, ou ler Augusto.
Claro, escravizar o leitor, porque eu ( boy ou girl), sou um escritor e delicio-me em fazer-te ler minhas loucas noites onde desabotôo o peito a dizer: vem, beija-me!


Thiers R >



> > > > > > > > > >

24 de jul. de 2008

AGONIA LETRADA



AGONIA LETRADA
Thiers R >



O que faz uma letra perdida na rua? Pisam, machucam, cospem
deserto mental
tremo
ouço tiroteio, as balas agonizam
choro
encho-me de mar
afogo-me.


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15 de jul. de 2008

Nu-ances de um amor




Nu-ances de um amor
Thiers R > & Flávio Mello



No retrato falsificado

assim como, se em paredes mofadas...

vi todos os selos

lambi palavras
(mas não recebi nada)

despejei ardor

e na parede nua me vi

entre pequenas ranhuras

toquei nuances

era teu corpo em delírios

senti teu ser

nas pontas dos dedos

era o amor na luz singular

o tesão na sombra tumular

dejeto específico

aberto nos braços da lua cheia

gritei:
“mon amour...

mon amour...”

mas você tão distante

se dissipou no vento ausente.



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12 de jul. de 2008

No rosto pálido de um Brie


No rosto pálido de um brie
Thiers R > & Isa-Bella*



Existe algo nos
olhos de águia
com que me comes
com que me consomes
entre tintas e dedos
desmaio
na razão desmiolada
da aquarela de desejos

Pula amarelinha
com shortinho colorido
nossa! Que sensual.
juro, aliso teu olhar
perseguido
hoje eu to possuído

Nas desdobras das horas
que escorrem amarelas
desse dia descolorido
espero – arrebatado por ti
um sorriso de estancar desejos
animar, comer brie pálido
antes de abandonar
a calça justa da vida
cortando pulsos.



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DESENCANTANDO GOTHAM CITY


Desencantando Gotham City
Thiers R > & Fá Löwenthal


Melancólica existência,
obscuro silêncio,
infiel instante rouba-me
a menina do laço red.
caminha por estreitas e barulhentas ruas.
meu chinelo esgarça,
meu olhar disfarça e a
menina de Gotham City
desenha nas paredes
aventuras passadas.
no coringa da cartola
a loucura desperta
começa o circode horror.
no terreno baldio
entre brilhos y sombras negras
descortina-se o espetáculo
no reino de Arkhan.
sobreviventes são os
que se disfarçam de lucidez
a piada mortal
fica pro final.
é preciso salvar o lacinho red
é preciso abrir a porta
do jardim de Alice
por isso repito incessante
Lewis, Lewis...( chamando Lewis Carroll)
appears!
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6 de jul. de 2008

>>> MEDO



MEDO
Thiers R >


Na frágil linha do arco íris
transita meu medo
como chocolate meio amargo
como fruta cristalizada
como giz que arranha
tenho medo de teu rancor
de teu olhar duro e pontiagudo
que atravessa punhais
sem fachos de luz
na frágil linha
me apunhá-lo
me risco
me exponho
porque sou
uma verdade incerta
porque sou
um poeta
que pisa brasa rastejante
em busca de delírios
inveja seca e mofada
senta e ri em meu sofá.


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2 de jul. de 2008

CIGARRO OBSCURO


Cigarro obscuro
Thiers R>


Não tentes me tragar
poderás engasgar
sou letra dispersa
no acaso
obsceno e leviano
incoerente e detestável
não espere que
destile pétalas
nas páginas perfumadas
do livro que lês.



>>>

19 de jun. de 2008

LAMBUZADO DE TRÈS JOLIE



LAMBUZADO DE TRÈS JOLIE

Très jolie, penso nesta palavra como brinquedo de letras, sinto a boca palpitar purpuramente. Très jolie, é o vestidinho da missa, onde o vento bate assanhado na calcinha bordada da lingerie. Amo as letras que se auto-escrevem... com licença hoje não tem sangue, diga-me: posso ser feliz por um dia? As cruzes dormem na escuridão enquanto a palavra espreme minha mão. Como cão cansado, estico a língua.. desculpe heinn..... hoje não to sombrio, e sabe de uma coisa? Eu me permito....
Tava lendo Artaud e pensei - o Vale iria delirar com um texto assim:
“......renego o batismo e a missa. Não existe ato humano no plano erótico interno que seja mais pernicioso que a descida do pretenso jesus-cristo nos altares. Ninguém me acredita e posso ver o público dando de ombros mas esse tal cristo é aquele que diante do percevejo deus aceitou viver sem corpo quando uma multidão descendo da cruz à qual deus pensou tê-los pregado há muito tempo, se rebelava e armada com ferros, sangue, fogo e ossos..... (Artaud)”

A questão é que Artaud está morto, nem fede mais... e eu amores, to lambuzado de très jolie...

Thiers R >


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18 de jun. de 2008

nhac!



nhac!
Thiers R >


sorris e o dia acabou

em algum sonho incoerente

a luz dormiu

dentro da lua

onde o espasmo é único e ilegal

aborto-me


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8 de jun. de 2008

LE SUPLICE EST SUR



Le suplice est sur
Thiers R >


Na boca roxa do punhal
le suplice est sur (“O suplício é lento”)
treino meu francês
nesta hora inerte
quem sabe o companheiro Rimbaud
socorra rota palavra
que tenta dar forma à meus sentimentos?
madrugada de mijo...
entre os lençóis da cama
foi só o que
restou de ti
afundei-me no entardecer
dum romance acabado
louco, tenso, vertiginoso,
pueril, fragilizado e aflito
os vermes comeram a base arenosa
do que chamamos amor
nada sobrou a não ser o desmonte
estes são pensamentos
que escorrem o corpo
sim, carrego o filete sangrento
da sensatez
enfim ao descolar da pele
consumida pelo amor que te ofertei
concluo um nunca mais
e bebo o sal das lágrimas
onde mergulho
a dor infinda

2008>>
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8 de abr. de 2008

ATA-ME


Ata-me
Thiers R >


Um mistério
uma cor
um toque
uma flor
aberto abandono perfuma rosas
em língua bordada
penumbra sala
em botão exala
cheiro doce
desata
ata
ata-me
temeroso sorriso
abre-me dedos
o poema -
dans la bouche
engole palavras
de
sin
te
grado suspiro.


>>>>>

28 de mar. de 2008

diálogo com A. Rimbaud sobre noites de inferno


CLIQUE NO LINK PARA VER O VD YOUTUBE



diálogo com A. Rimbaud
a respeito das noites de inferno.
Thiers R>



Enquanto dormes o sono dos malditos
repenso noites de inferno onde fatal e afrodisíaco perfume
jaz a procura do copo.
vidro impuro permanece na paisagem como filme de terror
conteúdo vasculhante de entranhas
espreme-se no sangue.
queimo palavras e diariamente a bebê-las
mordo-me.
violento-me por ruas agourentas
perguntando
onde aporta o barco ateado a velas de fogo,
encontrará seu rumo?
A sede intensa gasta verbos em francês, inglês e português,
línguas desconexas não explicam letras gastas
orgasmos de meus pensamentos.
Expulsas demônios, amigo? Eu os chamo.
chamo demônios que afagam-me a nuca chupada por beijos.
Moro na condenação eterna
convencido de que o descanso é desumano,
os hinos gritam dentro de meu corpo,
posso ouvi-los.
Drasticamente penso: Não quero ser salvo,
quem será o salvador?
Hoje depois de comidos tempos,
descubro véus de agonia
tapo-lhe a boca e vomito.
A paz dorme no silêncio do vácuo.
levanto a taça, bebo mais um gole e esterilizo,
desafio o papel impresso
xerox de repetidos manuscritos,
feitos em série e descolados da impressora.
Voltamos ao convívio amigo, achei-te na internet
por isso, nosso diálogo foi possível.


Out/2007>>

Um prazer pro-fético



Um prazer pro-fético
Thiers R> & Ivy Menon


teu cheiro simulava sonhos
a perfumar meus pensamentos
teus dedos me apalpavam
tua boca sussurrava loucas letras
teus pés me esfregavam
era a loucura acontecendo
no fundo da chuva
a abrir segredos
de desejos...
lá fora o odor do mijo noturno
subia paredes
os gatos no cio gemiam
a orgia daquele puteiro não arrefecia
o calor intenso da cantiga
que de nossos corpos pulsava

tuas regras implacáveis
(previsíveis) não me detinham
não me domavam
cavalgávamos
em sangue e sêmen
juntos, pecamos um lençol
assustado
no branco algodão
palavras violentavam
rasgavam véus
partiam hímens
criavam hiatos

mas foram necessárias
tanto quanto o sangue e o sêmen
para tivéssemos
esse prazer poético
que deita-se
seduzindo a cabeceira


>> 2008 <<

26 de mar. de 2008

> Comeste de minha verve<




Comeste de minha verve
Thiers R >


E então partes?
re partido
re patriado
Foda...é foda!
Vampira de meus desejos
foste gastar notas
esquecidas no quarto
comeste minha verve
engoliste junto ao sêmen
filete da ignorância infame
que povoa gritos in-sucessos
que suporta destreza
im pensante
Estou na mais pura e excitante frustração
Arranquei a roupa e
semi nu busco-a
vadia,
hoje te necessito
volta pro macho
estou macabro
manuseias e somes
vadia!
mordi a auréola dos bicos
e perdi-me
Falus-meu
onde toco dedos in decentes ?
onde acaricio veludo singular?
jugo-lar
jugular assassina
fiquei incandescente
depois da noite promissora e obscena
feri-me in disciplinado
Preciso do gole in puro
dessa boca que me arrebenta

Julho2007>


>>>

DELINQUENTE CANÇÃO



DELINQUENTE CANÇÃO
Thiers R>


Não, não posso rimar
enquadrar
formatar
meu sangue escorre
fermentado
não, não saberia
impor conceitos
vivo a placenta fértil
e como animal devoro
teu sangue é minha vida
assim mordo-a
num carinhoso beijo
colado a boca
apenas desejo
sem medida
lanço-me
ao papel amassado da vida
em tua nuca cato estrelas
fina penugem me seduz
não tente compreender-me
apenas afague com sofreguidão
sou teu
neste minuto sem tempo
sou teu
neste quarto perfumado
nesta musica
corrente sanguínea
compõe delinqüente canção

>>

<<

15 de mar. de 2008

ABRE LOS OJOS




Abre Los Ojos
Thiers R>


por onde andam
os cachos da menina?
olhar inquisidor
escreve sutilezas
pensamento estrábico e
imperfeito a criticar
Por onde anda
a voz mansa
atravessada na ponta do lençol?
menina de pensamentos
in corretos
abre los ojos..


>

13 de mar. de 2008

NOTURNO IN CHOPIN



NOTURNO IN CHOPIN
Thiers R > & Raiblue



Na produção de histórias
escarro cores imperfeitas
visito infernos
mordo passos na rua
atravesso cravado
a estrela singular que te adorna
musa
sorri sem jeito
tenso alivio pensamentos
o poema joga-se no travesseiro
a comer luas de Vênus
cadente
o silêncio
sussurra luxúrias

desejos castanhos
de meu eu escapam no
encontro de deuses
e demônios

em teus olhos
afundo os meus
luz da imagem
que comigo se deita
derrama-se o verso
corpo a corpo
na batalha do sêmen
sentes meus dentes
em teus seios?
des concentro
hormônios nas entrelinhas
mancharei o poema
com gozo
mistura
de línguas
a colorir céus de Chopin

> 2008 <



>>>

9 de mar. de 2008

NOITE ESPECÍFICA


NOITE ESPECÍFICA
Thiers R>


Peluda
a noite prometia
quando meus olhos
cerraram nuvens macias
de azul inespecífico
( o que não se explica é sempre agradável..)
Fechei comportas desmaiando sons
no silêncio devastador
Eu, a cama, o silêncio e meus segredos
adormecemos lendo
a Midsummer Night's Dream
cadenciando a trama
Shakespeare pensava –> Divino!
- Esses meninos de 2008
encantam-me!
Sonhava sem algemas
quando a dor da existência algoz
se fez presente
murro no peito
batalha na guerra
o tiro quebrando vidraça
desmancha o cristal
assusta o poeta
perfura o livro
as páginas de amor
mergulham na poça sangrenta
acordo
em pranto
o cotidiano chegou.



>>>

- FLASH DE UMA NOITE IRASCÍVEL -


FLASH DE UMA NOITE IRASCÍVEL
Thiers R >


Ofusca-me os olhos
vagabunda
por que te abres assim?
vaginalmente incendeias o poeta
Flash! Fecha-te.
guarda a rosa esta noite
ensaboa.
derrama perfume de jasmim.
deixa que te veja ao amanhecer
embriaga o poeta na sua hora fálica.
Flash, o que pensas?
os poetas
são anjos disfarçados demoniacamente
em noites de trovoadas
deixa que a chuva cesse
com asas comerei teu céu.


Madrugada quente-> 08/03/2008
"A Max da Fonseca"
"De poeta para poeta!"


>>>

2 de mar. de 2008

> Rosas Assistidas <



Rosas assistidas
Thiers R>


Dormi rosas assistidas no
devedê
sonhei.
vinham sorrindo
públicas cores de paixão
vinham a meus pés
macias pétalas em
perfume da noite
atravessada na garganta
quase a engasgar
entregava-me
(quando a paixão solicita, penetro-a assim)
dei-me em ¼ de hora
enroscando a boca na tua saliva
mordendo a ponta delicadamente
naquele quarto despi-me.
rodava a fita ainda zonza
quando acordei
ouvi o barulho e sem saber
exatamente se era o canto dos pássaros
ou o perfume das rosas
feri-me nos espinhos.


>>>

29 de fev. de 2008

SOB CONCERTOS ( Menuet )



SOB CONCERTOS( Menuet)
Thiers R>

vem nu orvalho
deita luz
errônea du
mes doigts
adormece
tira roupa
cobre-te de mim
vem
vestida de pele
pulsa
linhas amarelas
como sol que aquece
saliva marinha
abraça olhar
orvalhado
suave
toque do
Brandenburg in Concert

2008>


>>>

> " GATA NO CIO " <



"Gata no cio"
Thiers R> & Angela Oiticica

Mesmo que saiba
evoluir e cuspir
caio na cilada
quando anuncia
a madrugada
Cheguei em casa...
seriam amantes gemendo na escada?
luz apagada
traços
sombras
romântico era o luar
o perfume dela
a me apalpar
quase fez-me gozar
molhado
rasguei a roupa
De repente
o toque na porta...
veio sorrateira
deslizando
como serpente
enlaçou-me pernas
cintura
Na boca
o hálito quente
O perfume?
quase a sufocar
os olhos a orgasmar
era de enlouquecer
deixei-me prender
me perder
caí na cilada
extasiado
permiti
que me mordesse
penetrei-lhe com volúpia
deixando o prazer germinar
até a noite
se
findar

>2008<

>>>

28 de fev. de 2008

MATISSE & O CARAMUJO


Matisse & o Caramujo
Thiers R>&Michèle Sato

doce, sensível, curioso
lambe azuis,
vermelhos e amarelos
arco-íris de palavras
fragrância de memórias
discerne in cheiros
eriça pêlos
Talvez dum amor
que os arrepiou
pousa
in tensa-sua-vida-de
trêmulos dedos
mergulh’Ar Dores
borbulham nomes
color-indo-cubos
jorra flauta
sedutora
memória
desconcertante
erótica, gosmica
calça dedos
inscreve amor
corpo louco
deita cama
do pintor

>Setembro2007<

>>>

24 de fev. de 2008

ART & Manhas



ART& Manhas
Thiers R> & Carol

crave-me in dedos
dentro e fora
cavalgue a hora
desatina,
crispa
ondula...
Antes e depois
devasso o tempo
não rotulo
olhar ruborizado
en canto
enquanto
pele plena pulsa
veia morna convulsa
lateja, deseja
rasteira a corda
respinga sabor d’amora
na mesma hora
embate de corpos
hálito gotejante
prenho implora
boca colada
pele tocada
argola molhada
mais nada...
cama,
vontade insana
Art & manha
incendeia
arde a manhã
na teia do olhar

Setembro2007>>

>

21 de fev. de 2008

DISFARÇANDO CINISMO NA SESSÃO DA TARDE


CLIC NO LINK PRA ASSISTIR


Disfarçando cinismo na sessão da tarde
Thiers R>


Bêbada de silêncio
vem como fermento revoltado
logo eu, assassino de palavras
logo eu, solto no palco
desabotoa o perfume cítrico
mostra
deixa que apalpe
lírio de rosa pálida
Mordo-os sacana!
puro enigma
e eu
que gosto desses filmes
sessão da tarde
centro da cidade
mãos no bolso
disfarçando cinismo
chega
baila flamenco
sapateia em meu colo...
O que queres ouvir?
O policial passa na rua
assovio fingindo desleixo
meu olhar penetra
atmosfera lúdica e molhada.
Era fim de tarde a sessão acabara
no bar deixei o cigarro esquecido
rompido em cinzas
apenas pra te falar.

2008>
>>>

19 de fev. de 2008

ACIDEZ IMPURA



Acidez impura
Thiers R>


Ácida queima garganta
impura destila
corre a veia
fermenta o fel
amargo, corrói e borbulha
porra!
ácido veneno
arranca
arranha e risca
rosas e margaridas
penetra fuligem na alma
contamina
fulmina
intranqüila ferve a rua
atira, mata!
rosa minha rosa
arrancada do jardim
choram-me os dedos
espinho saqueado da alma

Dezembro 2007>>


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10 de fev. de 2008

>Tádzio in Venezia <


Tádzio in Venezia
ThiersR>&Ivy Gomide


Ajustando letra
descontraindo mãos
cuspindo dores
duelando amores
palavras explicam sem dizer...
evaporadas no suor
sua visado
voz rouca da multidão
entorpecido hálito
atravessa têmpora
escorre desejo.
Existo nessa loucura onde
ouvido desesperado
penetra in sinfonia
Mahler dorme nos dedos
com passo trêmulo
paixão visceral
amor
bilateral
biópsia de lábios
ar dente
in conveniente
olhar

>2008
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7 de fev. de 2008

Ode à Literatura




ODE À LITERATURA

ThiersR>



Depois de deixar minha pele estendida na avenida

depois de seduzir o amor

em diversas cores

depois de parir desejos

de possuir prazeres

estou de volta fielmente

a esta mulher irresistível

- Literatura -

Amo-te nas esquinas,

nas ruas,

nas noites sem lua,

nos sonhos..

Amo-te

em nossos lençóis amarrotados

de noites insones.




Nas cinzas de um Carnaval/2008


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5 de fev. de 2008

Ya Basta !



Ya Basta!
ThiersR>


Ya Basta!
Yo lo digo
Yo afirmo
A terra é do povo
chão de raízes
perfume da fome
Terra
espaço do corpo
estrela castanha
palpita em mi dedo
ruge em meu coração
jorra vermelho
rio de sangue
veia dos braços
alimento da alma
Zapata in Chiapas
abre estrelas no céu.

Fev/2008>


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